21 de out. de 2011

0 - Prologo


 Somos vitimas de nossa ignorância, somos ignorantes ou infelizes.  A ignorância é uma benção, concordo, pensou Victor, enquanto lia um livro pequeno de alto ajuda.

 -Preciso ter um foco - Victor lia um trecho do livro em voz alta - preciso saber que minha força é ilimitada, sim, ilimitada. 

 A noite era fria, Victor foi demitido de outro emprego e as contas estavam vencendo. Morava sozinho em uma casa de aluguel. Sua familia estava no interior, Victor queria ser alguém melhor e resolveu viajar para o Rio de Janeiro, porém viu que o mundo era mais dificil que imaginava. Victor tenta a sorte como lutador, mas não conseguiu nenhum patrocinador e tinha que trabalhar para pagar suas contas.

 Seu quarto era pequeno, mas era barato e não tinha tantos ratos assim. Após uma noite de leitura, finalmente dorme.

 Acorda com o som do celular tocando.

 -Quem deve ser? - Disse para si mesmo, olhando para hora no relogio da parede, acordou duas horas mais cedo por causa da ligação.

 Victor levanta e começa a procurar o celular pelo som, começa a jogar as roupas que estão jogadas pelo chão pra um lado, pro outro, alguns ratos passam por ele, e finalmente acha. 

-Alo - Victor dizia - quem fala?

-Bom dia, senhor Vitor, ou seria Victor? - A voz masculina não espera a resposta - o senhor lutou esses dias no Ginásio Joca. Gostaria de fazer o teste? se tiver interesse venha pra Niteroi, vou mandar minha secretaria busca-lo, hoje as três da tarde, tudo bem?

-Tudo bem - Victor respondeu automaticamente, poderia ser uma oportunidade boa.

-Meu nome é Guster, te vejo de tarde, ate logo.

 Victor desligou o celular e ficou feliz com a noticia. Depois de dois anos finalmente conseguiu uma oportunidade, era sabido que Guster era um empresario de MMA, não era o principal estilo de Victor, mas teve que se acostumar.

 Se arrumou, pegou sua mochila e foi correndo para chegar a tempo em Niteroi, afinal, dinheiro estava em falta. Victor correu em um ritmo tranquilo, levando água e comida. Ainda precisava passar pela ponte, era perigoso mas não tinha escolha. Seu corpo já estava acostumado com corridas daquele tipo, quase dois metros de altura, negro, magro, um corpo feito para um maratonista, ombros largos e seu corpo era puro osso e musculo. Suas mãos chegavam ate abaixo do joelho quando estava com o corpo ereto.

 Chegou algumas horas adiantado em Niteroi, foi o suficiente para ele descansar. Victor estava suando bastante, bebeu bastante água, usou o banheiro publico e aguardou. E aguardou.

 Eram 16:30 de acordo com o relogio de um prédio. Victor então foi manchado pela tristeza.

-Deve ter sido só um trote - Falou consigo mesmo - como sou idiota!

 Levantou do banquinho e se preparava para se retirar, quando uma mulher que aparentava ter sua idade o tocou nas costas.

 -Victor? - ela perguntou

 -Sim

 -Sou Julie, a secretaria do Senhor Guster.

 Victor ficou feliz, mesmo tendo esperado mais de uma hora, sua oportunidade estava ali.

 -Prazer, moça. - Victor apertou a mão da mulher de maneira desastrosa, sendo ele três vezes maior que ela, apenas uma mão sua cobria facilmente duas mãos dela.

-Vamos, nossa carona nos espera.

 Julie olhou com certa malicia para Victor, em suma um homem muito alto que chama facilmente atenção.

 Antes de entrar no carro, Victor viu na parte da frente de um jornal que um homem segurava enquanto lia.

 Insetos morrendo misteriosamente no México. 

 Apenas ignorou e entrou no carro. Se sentiu confortável ate demais dentro do carro, os bancos eram fofos, e era gostoso de tocar, além de um cheiro que trazia calma para Victor. Olhando para Julie, Victor nota que a mulher tem um olho verde e o outro azul. Branca como a neve, não que Victor tenha visto neve alguma vez na vida, ruiva de cabelos encaracolados.

-Quanto tempo você luta? - Julie perguntou para Victor.

-Toda minha vida, meu pai era treinador de Boxe no Nordeste, me ensinou desde criança, vindo pra ca comecei a aprender Judo.

-Interessante, sua luta foi muito boa, você pesa 92 quilos, pra sua altura deve ser dificil manter essa dieta.

-Na verdade é fácil - Quando não se tem o que comer, pensou.

 Chegando na academia que Guster é dono, Victor ficou maravilhado, toda a academia era um outro mundo, todos atletas ali eram de alto nível, todos fortes, rápidos, grande maioria campeão.

 -Victor, você chegou, finalmente, gostaria de conhece-lo melhor.

 -Prazer, Senhor Guster.

 -Vamos comer algo, ou já comeu?

 Não negando comida, Victor foi com Guster para um restaurante logo ao lado. Ficaram conversando sobre o cotidiano. Victor nunca comeu tão bem antes, tanta carne e legumes.

-Você tem o apetite de um lutador, me diga, o que acha de fazer uns testes hoje, se você for realmente bom, podemos marcar umas lutinhas, você vai ganhar pouco, mas se ir ganhando, podemos fazer um contrato, o que me diz?

-Tudo bem - Victor conteve sua alegria para não parecer tolo.

 Depois de comer e descansar o almoço, Victor ficou escutando durante horas Guster falar sobre politica e putas.

 -Se aqueça um pouco.

 Victor desconhecia quase todos aparelhos, mas tinha uma esteira, mesmo assim Victor preferiu correr pela academia, havia bastante espaço, correu durante alguns minutos, fez flexões, abdominais. Alguns lutadores riram ao ve-lo treinar por conta própria.

 Logo então Victor subiu no ringue que Guster sinalizou, ele iria lutar contra um veterano no Ginásio, Quebrador.

 Quebrador era moreno, duas cabeça menor que Victor, porém bem mais forte, seus braços devia ter uma melancia, ou duas, dentro dos biceps. Quebrador era realmente um mostro, mas aquilo não amedrontou Victor.

 Colocou todos os equipamentos de proteção, e foi para luta. Dava jabs diretos em Quebrador que não conseguia se aproximar de Victor, quando Quebrador conseguiu uma abertura nos golpes direto de Victor, Victor apenas de um Jab de esquerda. Quebrador se desorienta e cai para trás, logo reparou que Victor é canhoto. Quebrador da um grito de guerra e se levanta, avança loucamente em Victor, que apenas desvia dos golpes, suas pernas dançavam enquanto Quebrador destribuia golpes. Toda a academia observava a luta. Quebrador não conseguia tocar em Victor, quando Quebrador pega espaço para descansar, é surpreendido por um chute de Victor, que pegou um alcance absurdo para Quebrador acreditar, o chute acertou em cheio na cabeça, fazendo Quebrador ir a nocaute.

 Todos ficam surpresos, Victor fica feliz mas logo perde o sorriso quando vê a noticia na televisão.

 Pessoas devorando pessoas

Crônica dos mortos


Então, esse é meu futuro livro, vou escrever aqui a crônica dos mortos, dia-a-dia, cada idéia, espero ter criticas pra melhorar cada vez mais, procuro pessoas com bom português e com boas idéias pra me ajudar com detalhes. Espero que gostem e se possível comentem e divulguem pros amigos, abraços pra todos.

Ton Araguahy